" ... e as casas erguem-se como cogumelos num complexo residencial em Lishui, uma cidade de média dimensão que floresce."
Na livraria do aeroporto de Wenzhou destaca-se um livro intitulado "Ninguém Entende Realmente o Povo de Wenzhou". Na mesma prateleira encontramos: "O Temido Povo de Wenzhou"; "Segredos para Ganhar Dinheiro, do Povo de Wenzhou"; e "As Jóias do Oriente": "as Histórias Comerciais de 50 Empresários de Wenzhou". Os chineses andam fascinados por essa parte da província de Zhejiang, e a imprensa local contribui para a lenda. A revista Fortune Weekly de Wenzhou publicou um perfil dos milionários locais. Uma das perguntas era: se você fosse forçado a escolher entre o seu negócio e a sua família, com qual ficaria? Quase 60% escolheram o negócio e 20% a família. O restante permaneceu indeciso.
Desde o princípio, o desespero impulsionou a tradição empresarial de Wenzhou. A região tinha pouco solo arável, e o terreno montanhoso era um obstáculo para construir boas estradas para o interior. Com poucas alternativas, os habitantes voltaram-se para o mar, e, no século XVII, no final do período da dinastia Ming, já tinham desenvolvido uma forte cultura comercial. Foram no entanto perdendo alguma vantagem em 1949, quando os comunistas tomaram o poder, e cortaram as ligações marítimas com o exterior extinguindo a iniciativa privada. Mesmo no inicio da década de 1980, quando as reformas de mercado livre de Deng Xiaoping começaram a vingar, Wenzhou tinha algumas desvantagens: os seus habitantes não tinham formação como os de Pequim, e não atraíam o investimento estrangeiro como Xangai. Quando o governo criou a primeira Zona Económica Especial, cujos privilégios comerciais e fiscais destinados a promover o crescimento, escolheu Shenzhen, próximo de Hong Kong.
No entanto Wenzhou possuía um inestimável capital: o instinto comercial do seu povo. As famílias abriram minúsculas oficinas, muitas com menos de 12 trabalhadores, para fabricar produtos simples. Com o tempo, as oficinas cresceram e transformaram-se em fábricas, e Wenzhou passou a dominar certos ramos e com pouca tecnologia. Hoje em dia, um quarto de todo o calçado comprado na China vem de Wenzhou. A cidade fabrica 70% dos isqueiros usados no mundo. Mais de 90% da economia de Wenzhou é privada.
Parte III - China, cidades instantâneas.
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