“Convidados de um casamento colectivo. O governo financia estes eventos para encorajar a união entre naturais da cidade, pois os estrangeiros encontram-se em maioria numa proporção de oito para um.”
Um assunto delicado tem sido a discussão sobre quem de facto trabalha arduamente, contribuindo para o progresso do Dubai. Demograficamente, o Dubai não parece ser uma Cidade-Estado árabe: menos de um em cada oito dos residentes do país são cidadãos dos Emirados, e trabalhadores convidados do sul da Ásia constituem mais de 60% da população. Indianos com elevado nível de habilitações, vivem confortavelmente no Dubai, e alguns enriqueceram. "O Dubai é a melhor cidade da Índia", gracejam os afortunados. Para outros, contudo, o Dubai é um beco sem saída.
“Mais de metade da população reside em acampamentos como este, onde os operários repousam em dormitórios sobrelotados. A maioria deve dinheiro da viagem para o Dubai. Muitos esperam meses até receberem o salário; alguns nunca chegam sequer a vê-lo.”
A agitação de trabalhadores nos bairros pobres onde vivem dezenas de milhares de empregados temporários, é uma constante. As barracas ficam no meio de deteriorados prédios baixos, as ruas são de terra e cascalho, cheias de lixo. Os homens de tez morena, vestidos com camisas de alças, calças largas e chinelas de plástico, participam constantemente em greves, estão fartos de ser mal tratados e viverem em condições "sub-humanas", segundo a organização Humans Rights Watch, cada trabalhador médio do Dubai ganha cerca de 3.8€ por dia, trabalhando em turnos de 12 horas sob um calor abrasador.
Segundo a Human Rights Watch, em 2004, registou-se a morte de 900 operários da construção civil do Dubai, onde já estavam incluídos os óbitos por insolação.
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“Para os trabalhadores de classe social mais baixa, como estes homens do sul da Ásia que apanham o hidrotáxi para chegar ao trabalho, a vida no Dubai pode tornar-se uma escravidão.”
Sabe-se que muitos dos trabalhadores, estão “presos” no Dubai, Não têm como partir, Endividaram-se com agentes sem escrúpulos que lhes cobraram honorários exorbitantes pelos vistos de trabalho, antes de saírem dos seus países. "Se eu não tivesse de saldar a minha dívida, voltaria hoje", "Não temos nada", poderiam perfeitamente ser, as palavras de ordem de um qualquer trabalhador de baixa estatura e rosto encovado, oriundo da província indiana de Kerala. "Temos uma vida de pesadelo aqui, e ninguém se importa."
Reagindo a esses abusos e à má publicidade que eles geram, o governo anunciou recentemente que permitiria a sindicalização dos operários e ordenou aos empreiteiros que interrompam os trabalhos nas obras, quatro horas por dia nos períodos de maior calor durante os meses de Julho e Agosto.
“O Palmar Jumeirah - ilha artificial em forma de palmeira projecta-se audaciosamente no Golfo Pérsico. A “oitava maravilha do mundo” duplicou a orla costeira do Dubai em 70Km, ... mas também alterou significativamente o ecossistema costeiro.”
Não terminam aqui os problemas de Dubai. Criar ilhas artificiais, ainda que extravagante, é brilhante no aspecto comercial, - na região das docas, o preço dos imóveis varia entre os 5.3 e 23 milhões de euros - mas nesse processo, segundo os ambientalistas, o Dubai matou os recifes de coral, destruiu os locais de nidificação de tartarugas e desestabilizou a ecologia marinha da região ocidental do golfo Pérsico. E, por trás dos arranha-céus resplandecentes, esconde-se um mundo nocturno de hotéis baratos, prostitutas, máfias indiana e russa, lavagem de dinheiro e contrabando de armas, diamantes e outros artigos, inclusive seres humanos.
Parte IV - Dubai, cidade relâmpago.
...é medida pela Escala Modificada de intensidade de Mercalli.
Os números da escala referem-se aos efeitos produzidos:
01. Muito ligeiro. Sentido apenas por instrumentos de medição.
02. Sentido apenas por pessoas em descanso.
03. Sente-se como se fosse " a passagem de trânsito".
04. O mobiliário e as janelas "tremem".
05. Pode ser sentido no exterior. Os relógios param, as portas oscilam.
06. O mobiliário desloca-se. As paredes "racham".
07. As pessoas são derrubadas. Nas paredes, abrem-se fendas e podem até cair.
08. Caem chaminés e estátuas. Os edifícios oscilam nas fundações.
09. Grandes danos nos edifícios. Abrem-se enormes fendas no chão.
10. A maior parte dos edifícios, são destruídos. Ocorrem abatimentos de terras. A água dos rios e lagos pode transbordar.
11. As vias (Estradas e Caminhos-de-Ferro) ficam totalmente destruídas.
12. Não fica um único edifício de pé.
"Sismos que ficaram na História"
China, 1556, Shansi: Morreram mais de 800 000 pessoas.
Portugal, 1755, Lisboa: Morreram mais de 60 000 pessoas e as ondas de choque sentiram-se em locais tão distantes como... a Noruega.
EUA, 1906, São Francisco: A cidade ficou completamente destruída.
Japão, 1923, Tóquio: 570 000 edifícios caíram.
Chile, 1977, Lebu: O terramoto mais forte jamais registado.
URSS, 1988, Arménia: Morreram 45 000 pessoas, 20 000 ficaram feridas, 400 000 desalojadas e três cidades ficaram completamente destruídas.
“Numa fábrica de Lishui, produzem-se milhares de brinquedos. Todos os dias dezenas de pessoas dirigem-se para a cidade à procura de emprego.”
O “Modelo Wenzhou”, como se tornou conhecido, difundiu-se por toda a província de Zhejiang, no Sul da China. Embora quase 80% de todos os empresários de Zhejiang tenham cerca de oito anos ou menos de educação formal, a província tornou-se a mais rica da China, de acordo com alguns indicadores económicos. O rendimento per capita tanto na zona rural como na urbana é maior que a das demais províncias chinesas (excluindo as cidades com administração especial, como Xangai e Pequim). Zhejiang reflecte o milagre económico chinês: um país pobre e predominantemente rural que conseguiu tornar-se o mais dinâmico centro fabril do mundo.
Em Zhejiang, quando nos deslocamos pela província, deparamo-nos com a “terra natal” de produtos tão banais que nunca questionamos a sua origem. Para sul pelo litoral, num troço de estrada, a maioria dos “outdoors” anuncia as mais variadas versões de dobradiças. Um quilómetro e meio depois, os anúncios são de tomadas e adaptadores eléctricos. Mais adiante uma área de interruptores, seguida por uma de lâmpadas fluorescentes e por fim uma de torneiras.
Mais para o interior da província, em Qiaotou, a população, embora com 64.000 habitantes, tem 380 fábricas que produzem ali mais de 70% dos botões de roupa fabricados na China.
Na cidade Wuyi, fabrica-se mais de 1 bilião de baralhos de cartas por ano. Em Datang produz-se um terço das meias e peúgas de todo o mundo. Songxia fabrica 350 milhões de guarda-chuvas por ano. As raquetes de ténis de mesa vêm de Shangguan; Fenshui produz canetas; Em Xiaxie fabricam-se brinquedos para crianças e 40% das gravatas do mundo saem de Shengzhou.
Tudo se vende em Yiwu. O slogan de Yiwu é: "Um mar de comodidades, o paraíso das compras". Yiwu é um lugar deserto a 161 quilómetros da costa, mas recebe comerciantes de todo o mundo, que ali vão para comprar produtos no “mercado grossista”. Existe a zona dos lenços, um mercado de sacos de plástico, uma avenida onde todas as lojas vendem elásticos. Quando os botões não servirem, uma volta pela rua do Zipper Profissional Binwang poderá ser a solução, a rua do fecho-éclair.
A International Trade City, em Yiwu, um centro comercial da cidade, existem mais de 30 mil pontos de venda - se passar um minuto em cada um, oito horas por dia, só sairá de lá dois meses depois. Yiwu atrai tantos negociantes do Médio Oriente que um bairro transformou-se num centro com 23 grandes restaurantes árabes e uma padaria libanesa.
No passado, Lishui era a única das principais cidades de Zhejiang fora da rota dos “peregrinos”. Ela fica no alto das montanhas, onde o rio Ou é demasiadamente raso para o tráfego de grandes embarcações. Uma espécie de "Tibet de Zhejiang". Naquela paisagem industrial, Lishui é a última fronteira. É a cidade mais pobre da rica província chinesa, mas a nova Auto-estrada está quase concluída, e os investidores estão a mudar-se rapidamente para lá.
Parte IV - China, cidades instantâneas.
... Marcus Vitruvius Pollio ou Marcos Vitrúvio Polião (c. 70 - 25 a. C.) Arquitecto, Engenheiro, Agrimensor e Pesquisador Romano, compilou conhecimentos sobre hidráulica existentes à época, inspirados principalmente na literatura grega, escrevendo a obra De Architectura, que constitui o único tratado europeu do período greco-romano, dedicando-a ao Imperador Augusto, que viria a influenciar, séculos mais tarde, as concepções estéticas renascentistas.
Os seus padrões de proporções e os seus princípios Arquitecturais: utilitas, venustas e firmitas (utilidade, beleza e solidez), "inauguraram" a base da teoria classicista.
Projectou e construiu várias rodas d’água para accionamento de dispositivos mecânicos rudimentares. Também se notabilizou como autor de obras sobre arquitectura baseadas na sua própria experiência e em trabalhos teóricos de arquitectos gregos como Hermógenes. Para ele, as partes de um edifício deviam observar as relações harmónicas similares às existentes nas proporções do corpo humano.
No seu livro De Architectura (27 a. C.), de (10) dez volumes e redescoberto na abadia de Monte Cassino (1420), forneceu valiosas informações aos arquitectos "do quattrocento" italianos. Os primeiros sete volumes abordavam questões técnicas e estéticas ligadas directamente à Arquitectura. Falam sobre Urbanismo, princípios teóricos gerais, ordens gregas, decoração, construção de templos, edifícios públicos e privados. O volume oito tinha o título de "De aquae inventionibus" e tratava essencialmente sobre obras hidráulicas. Os dois últimos volumes tratam respectivamente de Astronomia e construção de relógios solares, além de maquinaria civil e militar. Publicado em italiano pela primeira vez (1486), De Architectura foi mais tarde traduzido para as principais línguas ocidentais. A obra foi considerada fundamental em matéria de arquitectura clássica antiga até o século XIX.
“
. e as suas proporções.”
Idade Média
Existe uma teoria, que diz que Vitrúvio caiu no esquecimento durante a Idade Média. Essa teoria é considerada por muitos falaciosa, apesar das precárias circunstâncias de preservação e distribuição dos seus textos, o que dificulta qualquer afirmação a respeito do assunto.
De Architectura
Actualmente há mais de 80 manuscritos conhecidos sobre o “De Architectura”, porém, pouquíssimos apresentam as ilustrações originais executadas pelo próprio Vitrúvio, sendo que, mesmo na presença delas, restam dúvidas quanto à sua fidelidade relativamente às originais. A principal evidência da influência dos textos de Vitrúvio durante a Idade Média são as igrejas, construídas seguindo muitos princípios descritos pelo autor, que nunca descreveu igrejas especificamente, mas templos e basílicas, nos quais os Arquitectos da Idade Média podiam ter-se, eventualmente, baseado.
Um importante facto que ajudou no processo de “esquecimento” da obra de Vitrúvio durante a Idade Média foi a falta de formação académica dos Arquitectos, pois a Arquitectura era classificada como uma espécie de artesanato, que deveria ser aprendida através da prática com Arquitectos experientes.
Uma outra possível explicação para a quase inexistência de evidências da influência de Vitrúvio na Idade Média é o facto de que, com o período da Arquitectura Gótica, Vitrúvio poderia ter deixado de ser uma referência, já que não apresenta referências, no seu “De Architectura”, relativamente a abóbadas ou arcos, características do período Gótico.
Provavelmente, a mais importante influência deixada por Vitrúvio para a Idade Média é o estudo e descrição da Arquitectura.
“
. .”
... Ildefons Cerdà i Sunyer (Sant Martí de Centelles, 23 de Dezembro de 1815 - Caldas de Besaya, 21 de Agosto de 1876) foi um Engenheiro, Urbanista e Político Catalão responsável pelo Plano de extensão e reforma da cidade de Barcelona (Plan de Ensanche). Formou-se em Ingeniería de Caminos em Madrid no ano de 1841. Um dos fundadores do Urbanismo moderno.
Entre 1833-1835 seguiu os cursos de Desenho, Arquitectura e Matemática em Barcelona. Em 1835, muda-se para Madrid para estudar no Colegio de Ingenieros de Caminos, onde se forma em 1841. Entre 1841 e 1846, trabalhou em diversos projectos de construção de estradas. Em 1844 observa pela primeira vez o funcionamento de uma linha de caminho-de-ferro, facto que o deixa bastante impressionado. Passa a dedicar-se ao estudo das cidades, principalmente aquelas que serão servidas pelo sistema ferroviário.
Durante os anos 50, Cerdà começa seus estudos sobre a cidade de Barcelona e a sua ensanche (extensão). A cidade estava então limitada pelas muralhas antigas, que outrora a protegeram, mas começavam então a impedi-la de crescer. Em 1854, o governo decide oficialmente derrubar as muralhas, o que facilitaria na realização de um novo plano para a cidade.
O Plano Cerdà de extensão da cidade de Barcelona foi finalmente aprovado em Maio de 1860, após concurso realizado em 1859. Em 1859 Cerdà prepara a sua "Teoria da construção das cidades", uma versão revista e ampliada, a partir da teoria apresentada na memória de seu plano. Em 1860 recebe uma autorização para um estudo sobre o desenvolvimento e extensão da cidade de Madrid, (onde recentemente havia sido aprovado um outro plano de extensão, o Plan Castro). A sua "Teoria da viabilidade urbana" (resultado deste estudo) é publicada em 1861.
Em 1867 Cerdà publica o seu estudo mais notável - a "Teoria Geral da Urbanização" onde reformula e aperfeiçoa as suas teorias anteriores. Este estudo é considerado por alguns como o primeiro tratado moderno de Urbanismo.
Apesar de nunca ter usado o termo urbanismo, Cerdà usou o termo urbe para se referir de um modo geral às cidades e urbanização (urbanización) para designar a acção sobre a urbe. Destes termos muito próximos surgirá o nome Urbanismo no início do século XX.
Cerdà publicou extensos estudos sobre as cidades de Barcelona e Madrid, que incidiam sobre os mais diversos aspectos da cidade; indo desde questões técnicas (como a análise da rua e seus sistemas de infra-estruturas) até questões teóricas e territoriais, (como a ligação das cidades numa grande rede nacional).
O Plano de Extensão (Ensanche) de Barcelona é considerado a principal obra de Ildefons Cerdà. Em 1855 uma comissão da qual Cerdà faz parte, inicia os estudos de um plano de extensão para a cidade. O principal objectivo do plano foi o de aumentar a área total da cidade, permitindo a sua expansão para além dos limites da antiga muralha, e permitir uma alternativa mais ordenada das ruas e dos quarteirões, em comparação com a "trama" confusa do centro histórico de Barcelona. A contenção da cidade nestes limites (da muralha) havia aumentado grandemente a sua densidade e criado problemas de comunicação com o exterior.
A base do plano é um sistema de vias e quarteirões que poderia estender-se indefinidamente, à medida que a cidade fosse crescendo. Cerdà cria uma hierarquia viária onde as pequenas ruas "desaguam" nas ruas maiores, que por sua vez "desaguam" nas grandes avenidas. Para explicar este conceito hierárquico, Cerdà utiliza a analogia dos pequenos rios desaguando nos rios cada vez maiores e mais largos. Cerdà define claramente desta forma o sistema viário, bem como os quarteirões e os espaços contidos entre as vias. Assim, reforça a noção de que os quarteirões e vias formam uma estrutura única e inter-dependente.
O Plano é hoje conhecido principalmente pela sua representação gráfica com a sua quadrícula característica. Esta, no entanto, é mal compreendida e vista como uma grelha simples, que se estende a partir dos limites da cidade antiga. O plano apresenta um sistema completo que distribui parques, indústria, comércio e residências de forma equilibrada. As avenidas principais formam estruturas que coordenam a expansão dos quarteirões.
Os quarteirões, actualmente estão preenchidos em todos os seus lados, embora tivessem sido idealizados como quarteirões abertos, que permitiam um maior fluxo de pessoas e de ar pela cidade, ou ainda com a possibilidade de serem preenchidos por áreas verdes.
Tão importante quanto os desenhos é, também, o sistema teórico desenvolvido por Cerdà e apresentado na memória da proposta:
-A cidade funciona em torno do duplo conceito: movimento e repouso;
-A rua deve fornecer redes de infra-estruturas, permitir o transporte e possibilitar a circulação do ar e iluminação das casas;
-O conceito de hierarquia do sistema viário representa a importância do quarteirão e das próprias vias, na estrutura da cidade;
-O sistema de transportes é um elemento fundamental para o funcionamento da cidade;
-O plano deve possibilitar a expansão ilimitada da cidade;
-Deverá haver uma "ligação" entre a cidade antiga e a nova zona de expansão.
“Cerdà. Vista aérea de Barcelona. Plano de Cerdà para Barcelona.”
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